quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA FORMAÇÃO NA AEP

(texto e recolha de Rui Macedo) 
O artigo sobre a Formação, publicado no aperiódico “Sempre Pronto” do 1.º semestre de 2014, sob o título genérico do “Saber Não Ocupa Lugar”, por tão sucinto, levou-nos ao desejo de dar a conhecer, de forma um pouco mais pormenorizada, os acontecimentos passados no final da década de 80, que vieram permitir em 1992 a constituição da ENFIM.

Vivia-se então uma fase de grande confusão e de muitas vicissitudes, que seria interessante historiar, se o tempo e o espaço no-lo permitissem. Mas, fiquemo-nos apenas em alguns detalhes anteriores, que nos conduzem ao ano de 1989.

Como refere o citado artigo, na década de 80 três dirigentes obtiveram em Espanha, “mais formação” na ASDE, e dois outros (Paulo Marques e Paula Castro) frequentaram a etapa avançada de caminheirismo em Gilwell-Park. Já anteriormente outros (muito poucos) haviam enveredado pela Formação. Nos anos 60, José Maria Nobre Santos e José Pena Ribeiro, em Gilwell-Park; nos anos 70, Armando Morais, Mário Luzano Leite e outros (de que não temos informação) haviam frequentado o Campo de Fraião do CNE e obtida formação de dirigentes daquela Associação.

Todavia, apesar dos reconhecidos esforços daqueles e outros dirigentes, ao longo dessas 3 décadas, nunca se tinha passado na AEP dos CIE’s e dos Preliminares de I. M.

Até que, na XXIII Conferência Nacional de Dirigentes, que decorreu no final de Janeiro de 1989, é aprovada a proposta de colaboração do Gr. 94, para lançar um “Plano Nacional de Formação de Dirigentes”.

Após a aprovação daquela proposta, realizaram-se algumas reuniões entre os Presidentes da AEP e do Grupo e entre o Esc. Chefe Nacional e o Esc. Chefe do Grupo, com vista à concretização da ideia proposta.

O panorama da formação na AEP nessa altura, foi assim descrito em ofício do Departamento de Formação Nacional: “Como é do vosso conhecimento o Departamento de Formação da AEP sofreu alterações após a proposta apresentadas na úl-tima Conferência Nacional. A proposta surgiu na sequência da inoperacionalidade verificada até aí, devido ao reduzido núme-ro de Formadores e aos afazeres profissionais, particulares e acumulação de funções destes, não se verificando o desejado incremento formativo. De realçar que a equipa começou com três elementos, tendo um deles abandonado...”, concluindo mais adiante: “...o que faz repensar e criar novas fórmulas que garantam um desenvolvimento consciente, coerente e progressivo dos Escoteiro-Chefes de Divisão, Grupo, Núcleo, Região e Nacionais”.

Na sequência de tal disposição e após contactos com a Divisão de Formação da ASDE (Espanha), deslocaram-se a Madrid o E.C. Nacional Victor Santos e os dirigentes Mariano Garcia e José Miguel Barros, que numa intensa jornada de trabalho com os dirigentes espanhóis, estudaram um plano para a implantação da Formação na AEP e, face às garantias de colaboração oferecidas pela equipa de formação da ASDE, logo foi estabelecido um Protocolo para a realização de duas acções de formação denominadas: Curso Avançado de Adaptação para futuros Instrutores de Formação da AEP (CAIF), a realizar com a ajuda dos Scouts de Espanha. A primeira no fim de Setem-bro e início de Outubro de 1989 e a 2.ª em Abril de 1990.
Os módulos, que tinham uma duração de 6 dias, eram os seguintes:

1.       Escotismo e pedagogia de adultos;
2.       O Projecto Educativo Comunitário;
3.       Introdução à formação de responsáveis de adultos;
4.       Os Grupos tutor;
5.       Organização do Escotismo;
6.       Política de formação na AEP;
7.       Constituição Mundial do Escotismo
8.       Compromisso Associativo;
9.       Papel do Instrutor de Formação;
10.    Os cursos Monográficos;
11.    Formação do Escoteiro-chefe de divisão;
12.    Escotismo Internacional;
13.    Etapa de informação Geral
14.    Técnicas e ajudas à formação;
15.    Sistema de Programas.

O aproveitamento do curso permitia a obtenção de dois certificados: 1. Certificado de Etapa Avançada e 2. Certificado de Instrutor de Formação, sendo o sinal externo, a Insígnia de Madeira.
Participante do 1.º CAIF
Directores:
- Victor Manuel Pereira dos Santos (AEP)
- Luís Manuel Gonzalez Renedo (ASDE)
- Gonçalo Bercero Ingelmo (ASDE)
- Rosário Prieto Rosado ASDE)
- A. LLorente Simon (ASDE)
Instrutores:
Artur Victor Velez Grilo
José Miguel Chichorro da Rocha Barros
Mariano Garcia Inácio
Paula Cristina Lopes de Castro
Paulo Jorge Pereira de Matos Marques
Rui Horácio Filipe de Macedo

Formandos:
Armando Garcia Inácio
Carlos Fernando Ribeiro Ramos
Celso Maurício Vieira Mendes
Domingos José de Oliveira Figueiredo
Ilídio Ramalho
João Miguel Carvalho dos ramos Correia
José Maria Fernandes Marta
José Nelson Teixeira de Vasconcelos
José de Oliveira Borges
Karim Shamsudin
Luís Avelino Relógio Guerra Correia
Mário António dos santos Cardoso
Nelson Desidério Raimundo santos
Pedro Henrique de Freitas Lindo Madeira
Rute maria Machado Catarino
Saúl Tomás Ribeiro de Sousa


A equipa de instrutores acima constituiu-se, entretanto, em equipa de trabalho para a concretização de um pormenoriza-do Plano de Formação para a AEP, segundo o esquema da Insígnia de Madeira, tendo elaborado um Manual em Português, com base na tradução dos manuais inglês e espanhol, bem como todo o material escrito para suporte dos diversos cursos a realizar no futuro.


1 comentário:

mário segundo disse...

Companheiros
Frequentei duas ações de formação no Pnec então designados PIM (Preliminares da Insígnia de Madeira), Alcateia e Tribo, dirigidos, se a memória me não falha, pelo Chefe Armando Morais. Não consigo precisar o ano (penso que talvez finais da década de 70 início da de 80). Possuem alguma documentação sobre estes acontecimentos?